O Norte de Minas representa a síntese de história e tradição, guardando os mais belos tesouros culturais do Estado de Minas Gerais. Um deles é a cidade histórica de Diamantina, que atrai visitantes de todas as partes do país interessados em conhecer mais da rica história mineira. Os numerosos viajantes se encantam com os conservados monumentos presentes na cidade, que vão desde visitas a projetos arquitetônicos à caminhada pela estrada real do ouro portuguesa. Além disso, a saborosa culinária e arte em geral distribuída em feiras de artesanato, exposições de pinturas e esculturas que representam passagens históricas e o sentimento de vanguarda da população da região são algumas das mais variadas atrações oferecidas. Conhecer Diamantina é descobrir mais não só sobre a origem mineira, mas entender como se formaram as raízes que constituem a pátria brasileira. Embarque em uma viagem inesquecível por diamantina e crie incríveis memórias ao lado de pessoas especiais.
- História
Diamantina é uma cidade localizada na Mesorregião do Jequitinhonha, no Estado brasileiro de Minas Gerais, fundada em 1713.
Diamantina é uma cidade localizada na Mesorregião do Jequitinhonha, no Estado brasileiro de Minas Gerais, fundada em 1713. Inicialmente com o nome de Arraial do Tejuco, adquiriu o nome atual em 1831 devido ao grande volume de diamantes encontrados na região. A história de Diamantina perpassa por alguns momentos extremamente importantes na formação sua da identidade, sendo eles: sua fundação e a exploração de diamantes, a influência de nomes nacionalmente reconhecidos como Chica da Silva e a era moderna.
Com a construção de uma capela que homenageava o padroeiro Santo Antônio e a fundação do Arraial do Tijuco se iniciava a história de uma das mais ricas cidades de Minas Gerais. Diamantina representou a maior lavra de diamantes do mundo ocidental no Século XVIII, descobertos pelo governador da Capitania em 1729 D. Lourenço de Almeida, após nove anos de desconhecimento da Coroa Portuguesa acerca dos diamantes presentes na região. A localidade teve forte crescimento econômico e demográfico a partir da descoberta dos Diamantes, sendo considerada era a terceira maior povoação da Capitania Geral das Minas do século XVIII, atrás apenas da capital Vila Rica, atual Ouro Preto.
Durante o século XVIII, a cidade ficou famosa por ter abrigado Chica da Silva, escrava alforriada que era esposa do homem mais rico do Brasil Colonial, João Fernandes de Oliveira, considerada uma das figuras mais influentes da cidade. A união consensual estável de João Fernandes e Chica da Silva não foi um caso isolado na sociedade colonial brasileira de envolvimento de homens brancos com escravas. Distinguiu-se por ter sido pública, intensa e duradoura, além de envolver um dos homens mais ricos da região durante o apogeu econômico e dar fruto a 13 filhos. A história de Chica foi revisitada por diversos autores em romances, peças de teatro, poemas e também no cinema e na televisão.
Na era moderna, Diamantina se destaca por momentos únicos. Em 1938, o município comemorou seus cem anos de elevação à categoria de cidade, recebendo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional o tít
ulo de “patrimônio histórico nacional”. A cidade também foi lar do 21º presidente da Republica Brasileira: Juscelino Kubitscheck. O diamantinense nascido em 1902, antes de aceder à presidência, foi um médico, oficial da Polícia Militar mineira e político formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Sua historia é marcada pela grande influencia deixada em território nacional como a construção de Brasília e a alteração das diretrizes da politica externa brasileira durante o período. Na cidade natal, influenciou na construção da Faculdade de Odontologia de Diamantina, desenhada por Oscar Niemeyer e deixou como monumento a casa em que vivia, ainda hoje disponível para visitação. No ano de 1999, foi elevada à categoria de “patrimônio da humanidade” pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.
- A Vesperata
Uma das maiores atrações típicas da região é a Vesperata de Diamantina, festival musical e gastronômico que atrai inúmeros visitantes ao longo do ano. A festividade teve sua origem no século XIX, quando o Maestro João Batista Macedo reorganizou a forma das bandas de músicas tocarem nos espaços abertos da cidade, dando destaques aos solistas nas sacadas das casas coloniais. O nome surgiu dos pequenos concertos que aconteciam nas vésperas (parte da Liturgia das Horas), do século XIX, quando os artistas se postavam nas sacadas das casas, tentando ganhar a admiração dos passantes.
Em 2010, o Governo Federal homenageou o evento com o Troféu Roteiros do Brasil pela promoção da sustentabilidade cultural do município, devido à fomentação do turismo, economia e comércio local. Através da Lei 22.456, de 2016, a Vesperata de Diamantina foi declarada Patrimônio Cultural do Estado de Minas Gerais, pela contribuição do espetáculo para a manutenção das bandas de música e preservação da musicalidade no Estado. No mês de julho desse ano, o evento acontece no dia 13 e conta com uma grande variedade de serestas e opções gastronômicas que valem a pena conhecer!
Principais atrações da cidade:
- Rua da Quitanda
Composta por ruas contornadas por casas centenárias, em que muitas das quais funcionam restaurantes, bares, bodegas, agências bancárias e hotéis é um dos pontos centrais de passeios realizados em diferentes momentos do dia. A rua da Quitanda em Diamantina é uma via agradável que vive movimentada de moradores locais e turistas. A rua também sedia alguns eventos anualmente, como por exemplo, o Concerto da Vesperata, em que músicos muito bem trajados tocam músicas das varandas das casas para o público que assiste nas ruas.
- Passadiço
O passadiço, também conhecido por Casa da Glória, é tida como uma das construções mais representativas de Diamantina. Estima-se que foi erguida entre 1755 e 1800. O prédio de curioso aspecto já pertenceu à igreja e foi morada de bispos, funcionou como educandário feminino e orfanato, um instituto alemão – Eschwege, e também já fez parte da Universidade Federal de Minas Gerais. Hoje o local se configura como sede do Instituto Casa da Glória (ICG) e oferece abrigo a estudantes para pesquisas de campo na área da geologia. Ao longo dessas passagens e diferentes objetivos para que fora utilizada, criou memórias próprias contadas para todos seus visitantes.
- Casa de Juscelino
A casa de Juscelino, que hoje abriga um museu com objetos pessoais do ex-presidente é um dos pontos mais famosos da cidade. O espaço é composto por dois casarões e possui painéis que contam a historia de Juscelino, documentações, notas escolares, cômodas e armários que provavelmente foram construídos por seu bisavô, quadros, instrumentos musicais e até um bar com algumas fotos de JK. Interessante e indispensável quando se visita Diamantina.
- Igreja São Francisco de Assis
Construída em 1766 e erguida no centro histórico de Diamantina em 1830, a igreja barroca e com elementos rococó São Francisco de Assis é um dos marcos históricos da arquitetura de Minas. Recomenda-se subir até as torres dos sinos e contemplar a belíssima combinação de ouro e madeira do altar.
- Mercado dos Tropeiros
O Mercado dos Tropeiros, ou Mercado velho de Diamantina, nos tempos antigos era o ponto de comércio de escravos. Atualmente, felizmente o lugar sedia realizações de cunho positivo, como festividades no carnaval, feiras de fruta, artesanato e barraquinhas para saborear alguns petiscos mineiros, feijão tropeiro, pastéis e caldos. Aos sábados pela manhã o local enche de famílias e à noite oferece atrações musicais que hora ou outra acontecem por lá são sediadas.
- Capela Imperial de Nossa Senhora do Amparo
Escondida entre as ruas apertadas de Diamantina está a pequena igreja em tons de azul e branco. Com uma torre única no centro e fachada delicadamente decorada com peças de madeira, a Igreja de Nossa Senhora do Amparo começou a ser construída no século XVIII, sendo que as obras foram encerradas apenas no século XIX. A igreja ganhou posteriormente o título de Capela Imperial e hoje é conhecida por sediar a famosa Festa do Divino, uma das mais tradicionais de Diamantina.
Culinária local
- Bolinho de aipim com queijo
Um delicioso salgado, geralmente assado ou cozido, oriundo da cidade de Tiradentes é o bolinho de aipim com queijo picante. Conhecido e apreciado em todo o território nacional, a massa crocante encanta diversos paladares. Diz-se que o sucesso de um bolinho seco e de textura adequada é a temperatura do óleo de fritura, que deve estar entre 150 e 160 graus.
- Pão de queijo
Alimento tipicamente mineiro, que vêm se consolidando no gosto de muitos brasileiros é o tradicional pão de queijo. Geralmente servido nas refeições da manhã ou da tarde acompanhado de café doce ou amargo, consiste basicamente em um tipo de biscoito de polvilho azedo ou doce acrescido de ovos, sal, óleo vegetal e queijo. Guarda mais de 300 anos de história e um sabor incomparável.
- Feijão tropeiro
Esse prato carrega certa herança histórica, tendo sido montado durante o período colonial. Para dar sustância e energia a exploradores que viajavam longas distâncias, misturavam-se farinha, carne e ovos ao feijão. Hoje, a receita se baseia em, além desses ingredientes, uma maior variedade de carnes de porco e couve, e é geralmente acompanhado de arroz branco. Um prato delicioso e facilmente encontrado em vários restaurantes da capital.
- Frango com quiabo
Uma combinação de frango e quiabo cozido com alho e demais temperos esse é um saboroso prato que divide opiniões. Devendo ser preparado com relativa cautela de forma que o quiabo não adquira consistência pastosa, agrada muitos paladares caso assim seja feito. Um prato típico, geralmente é servido com polenta e arroz.
- Ora-pro-nobis
Prato originário das cidades de Sabará e Tiradentes, o ora-pro-nobis é uma hortaliça muito utilizada na culinária mineira servida com molho de legumes, temperos e frango cozido. Seu nome é originário do latim e significa “orai por nós”. São realizados anualmente, Festivais de Oro-pro-nobis, em que o melhor prato é avaliado e premiado como o melhor produzido em termos de sabor e tradição.
O que comprar em Diamantina?
- Artesanato – Uma cidade de muita história que atrai muitos turistas anualmente, geralmente, possui muitos artistas locais que confeccionam lembranças, artigos para casa, esculturas e decorações diversas. Em Diamantina, a variedade desses artigos é inumerável e, a pouco mais de 7 km da cidade se localiza o povoado do sudeste do Vale do Jequitinhonha, local ideal para adquirir peças bem produzidas a barro de alto requinte e originalidade.
- Temperos, especiarias e remédios naturais – Essas cobiçadas especiarias são deliciosas, cheirosas e de baixo custo, geralmente encontradas em feiras locais, especialmente nos grandes mercados. Ademais, é possível encontrar baunilha, anis estrelado, canela, pimenta negra, ervas desidratadas para fazer chá e, principalmente, mel.
Dicas e Curiosidades
– A construção do município de Diamantina, começou em 1702, conhecido inicialmente pelo nome de Arraial do Tijuco. Mais tarde, passou a chamar-se Diamantina, devido ao grande volume de diamantes encontrados na região – considerada a maior lavra do mundo ocidental, no século XVIII.
– Em 1999, a cidade de Diamantina foi tombada pela UNESCO como patrimônio cultural da humanidade e atualmente é uma das principais cidades históricas do país, com um belíssimo centro histórico bem preservado, recebendo mais de três milhões de turistas por ano.
– Evite calçado de salto, já que as pedras e os paralelepípedos das ruas das cidades podem atrapalhar sua caminhada e deixa-la desconfortável. Um tênis confortável é sempre a melhor opção.
– Diamantina tem uma tradição musical muito forte. O Concerto da Vesperata, no antigo Arraial do Tijuco, caracteriza-se por ser o contrário da Serenata. Na Serenata, os músicos tocam na rua para a pessoa amada e ela assiste da varanda. Por sua vez, na Vesperata, é justamente o contrário, os músicos apresentam seu repertório na varanda para as pessoas que assistem da rua.